Ontem, pela primeira vez, eu estive em um drive range de golfe (um campo de treinamento de golfe).
A princípio a nossa intenção era passarmos uma tarde agradável, com um almoço muito gostoso e desfrutarmos daquele lugar belíssimo, já que o dia ensolarado aqui em São Paulo nos permitia contemplar aquela beleza.
E de repente fui desafiada a realmente treinar tacadas, algo que nunca tinha feito até em então.
Para mim parecia algo fácil: ah, é só colocar a bolinha, segurar o taco, levantá-lo a uma certa altura e arremessá-lo pra atingir a bolinha. Simples, né? Não, não é.
Obtive um treinamento bem minucioso, detalhado, sobre a posição dos joelhos, a forma como segurar no taco, a altura que deve ser levantado, o giro do quadril, o braço esquerdo praticamente esticado e que deve comandar a força que se deve fazer para que o movimento seja perfeito.
Tentei a primeira tacada, errei… Tentei a segunda, errei de novo. Tentei a terceira, dai consegui atingir a bolinha mas ela saiu bem torta do tapetinho verde, e assim foi….
Eu não me lembro quantas tacadas eu dei, foram muitas, mas eu sei que pra eu acertar com um mínimo de qualidade alí foram diversas tentativas.
Eu sentia o suor escorrer nas minhas costas, uma tensão pra não errar os movimentos, um treino de concentração ao foco, a força precisa, e tudo isso mantendo meus joelhos alinhamentos e sempre flexionados… O esforço físico foi enorme. Parecia que eu estava fazendo aquela aula de crossfit depois de anos parada. Rs
E posso dizer que a sensação é maravilhosa. Indescritível. Eu errei diversas vezes, e acertei tantas outras.
E desta experiência eu tiro muitas reflexões e que hoje trago aqui voltadas para a nossa atuação como profissionais de mercado.
Posso afirmar que as técnicas de se jogar o golfe podem e devem ser aplicadas aos nossos objetivos profissionais:
· Pernas flexionadas: temos que ser flexíveis aos processos que nos aparecem e entender que nem sempre nossa postura ou opinião será a mais correta. É importante entender os cenários e ver como podemos nos adaptar a ele sem sermos rígidos demais. Pessoas flexíveis e adaptáveis tem muito mais chance de serem consideradas para novos desafios do que aquelas que não estão abertas a conhecer o novo.
· A escolha do taco: Neste esporte a escolha do taco faz toda a diferença na performance. Existe um taco para bolas altas, outro para maiores distâncias, enfim, são diversos e cada um tem a sua função.
Trazendo para o mundo corporativo você deve conhecer todas as ferramentas que possui e todos os membros de seu time para saber quem é o mais correto para cada situação. As pessoas não são iguais, e isto é o que dá a beleza de um time. Cada um tem seu talento, deve ser respeitado e utilizado no momento certo. A escolha do taco definirá o jeito como a bolinha sairá do campo. Alocar sua equipe nos papeis corretos garantirá o sucesso de seus projetos.
· O foco: para os movimentos do golfe, manter o foco na bolinha é primordial em todo o processo de atingi-la, e mais do que isso, o foco sobre a distancia que quero levar a bolinha a atingir. É ter uma visão múltipla, tridimensional. É saber que para o atingimento é necessário o estudo do ângulo perfeito, de manter a respiração calma e muita concentração. Trazendo para o nosso mundo corporativo, quantas vezes nós perdemos o foco porque existem desafios que atravessam o nosso caminho, ou porque nos distraímos com coisas que “são mais fáceis de serem atingidas”? Pois é exatamente aí, no momento em que estamos com algo bem complexo, bem desafiador, é que devemos sempre manter o nosso foco. Pare, respire, recalcule. Ache o melhor ângulo, e vai… O foco nos levará ao cumprimento das tarefas, não importa quantas tacadas erradas surgirem, aquela tacada certa virá.
· Planejamento: não dá pra sair dando tacadas assim, de qualquer jeito. A frustração será certa. Para todo cenário dentro das organizações, para qualquer missão que você tenha, por mais experiência você possa ter, faça o planejamento. Planeje cada movimento, cada timing de fazer as coisas, quem ocupará cada posição e porquê. Calcule cada ação, teste, teste de novo, teste mais uma vez, até estar seguro.
· O swing: na linguagem do golfe isto significa “o movimento todo”. Da hora que você levanta o taco ao fim do lançamento. É o giro, o chute.
Trazendo isto aqui para a nossa realidade, o quanto você tem o cuidado com todo o processo em que está desenvolvendo? Desde o desenho de cada etapa, até o atingimento e análise do resultado final, com reuniões post mortem para avaliação do que foi bem sucedido, o que não deu certo e o que pode ser melhorado aprimorado.
· Persistência: frustrações acontecem. Decepções acontecem. Faz parte da nossa vida. Porém sermos persistentes com nossos objetivos e não deixarmos nos abater pelas dificuldades é o combustível para termos nosso êxito.
· Divirta-se no processo: veja as coisas sob a melhor ótica que puder. Divirta-se mesmo com os erros que aparecerem. Eles farão você se tornar mais experiente. E ao encararmos os desafios de forma leve vamos perceber que renovamos nossas energias e todo o processo acabe sendo prazeroso.
E termino este artigo dizendo que esta experiência me fez mais forte, mais valente e capaz de conseguir ser quem eu quiser ser.
Te convido a fazer esta mesma experiência no campo de golfe e na vida. Você vai se surpreender!
